quinta-feira, abril 27, 2006

Supermercados da vida


Alto-falantes: "Abismo que cavaste com teus pés..."

Ele: Melhor hora pra vir ao supermercado!

Eu: .......

Ele: É. Final de expediente.

Eu: Mas fecha às 22:00.

Ele: Mas não era às 20:00?

Eu: Não sei.

Ele: Eu lembro. Era às 20:00. Agora fecha às 22:00?

Eu: Fecha.

Ele: rárárárárárá

Eu: .... (olhando pra qualquer lugar)

Ele: Levando umas besteiras. Não dá nem 5 reais.

Eu: ..........

Ele: Pra comemorar o meu final de aniversário.

Eu: ..........

Ele: Agora eu não conto anos a mais. Passei a contar anos a menos.

Ele: rárárárárárá

Eu: Pois é.

Eu: ........

terça-feira, abril 25, 2006

compacto simples - 78 rotações


Linda
Compositores: (Clower Curtis e Manoel Magalhães)

Como vai?
Talvez você hoje entenda
o que eu quis dizer.
Não vamos brigar por
motivos banais,
problemas normais,
entenda o que eu posso te dar:
um sonho sempre igual.
A vida real é tudo que eu sei cantar.

Assim
talvez mentindo
eu pareça um cantor de blues
dizendo baixinho no ouvido
o refrão da velha canção
que canto sempre quando quero voltar
e recomeçar...

Linda
nada vai mudar nós dois
mesmo sem canção
depois a gente pode dançar

Entenda
que um pouco da minha vida
fica em cada despedida
nada dói mais que te ver chorar

E assim
talvez dormindo
você ouça eu cantar o tango
que fiz partindo
mas não se preocupe que vou voltar
com o mundo nas mãos
e rosas vermelhas para te dar
quando a nossa canção tocar...

Linda
nada vai mudar nós dois
mesmo sem refrão
depois a gente pode cantar

Entenda
que em cada despedida
fica um pouco da minha vida
nada dói mais que te ver chorar

Assimmmmmmm....

domingo, abril 23, 2006

de publicidade e vícios

O mundo é uma soma doente dos dois. A menina do vestido bonito. O garoto do nariz redondo. O cigarro, a cerveja, a cocaína. A música pop, o samba, as putas.
De publicidade a vícios.

Você quer a melhor música, a melhor mulher, o maior dinheiro. E talvez até faça sentido, de alguma forma é claro. A maioria das pessoas come merda. Só que merda não só alimenta como dá prazer. Publicitário ou não.

95% do Jornalismo pode ser inútil e é. 95% da Política pode ser útil e é.
Os dois têm um que de vício, Publicitário é claro.

Quem vai ao Teatro? Eu não conheço quem paga aquele monte de notas de 1 real pra ir assistir a Orquestra Sinfônica Petrobrás. A música erudita ganhou um que de revolução na publicidade, viciante é claro.

É natural que o tempo não deixe pensar, muito menos o trabalho. Esse sim: não pode ter nada de vício nem publicidade, mas talvez seja o filho da soma dos dois. O filho gordo, com olheiras, que trepa quando dá e viaja nas férias.

Some e adicione a isso: Sexo, preconceito, depressão, irritação, chefes, humilhados, aproveitadores e aquela pessoa que você conhece que goza quando é aproveitada.

Isso eu não entendo ainda: come caro, veste mal e caro, viaja caro, é gorda caro, inculta caro, triste e infeliz. Não por pagar caro, mas por só encontrar o prazer onde entende como dor. Tem gente que chora quando dói. Mas é melhor doer do que o tédio de não sentir nada.

É... queridos...

Se não existe vida após a morte, estamos vivendo de publicidade e vícios.

quarta-feira, abril 19, 2006

diversões no interior

Acompanho com curiosidade a evolução das "formas de entretenimento noturno jovem" na minha querida cidade: Itaperuna, interior do estado do Rio de Janeiro.

Comecei a tentar entender como tudo funcionava quando as pessoas resolveram que o melhor lugar pra se encontrar, beber e conversar era um posto de gasolina da Texaco. Realmente uma coisa impressionante: Todos bebendo e fumando por entre as bombas de gasolina e óleo diesel. Junto com alguns amigos até registrei esse momento histórico em vídeo. Tomara que essas fitas ainda existam.

Depois do posto da Texaco, resolveram que o legal era um Campo de Futebol Society. Um lugar que um bicheiro transformou de mato em 'campo de peladas de final de semana com boteco do lado'. As pessoas colocavam suas melhores roupas no final de semana e se encontravam lá. Tudo isso ao som de um camaradinha com um teclado provavelmente da Casio. Beira o inacreditável, mas espere: ainda piora!

Nesse feriado descobri pessoalmente a boa da vez: Um bar na beira da estrada, sendo que o mais importante é: do ladinho do cemitério. Não duvido nada se o próximo passo não é o próprio cemitério. Agora é um misto medonho de boate e bar, com música de qualidade duvidosa, tudo isso na companhia das almas penadas. Não aguentei trinta minutos no tal lugar.

Dessa vez desisti completamente de encontrar algum sentido.

O pior é que falando assim, parece brincadeira.

Mas não é, vai até lá e vê.

quarta-feira, abril 12, 2006

Volta pra casa então

Manoel voltou pra casa até dia 17/04. Obrigado pela atenção.

segunda-feira, abril 10, 2006

Suzane Richthofen

Sempre tive fascínio por esses casos de loucura-psicose-pop. Por irresponsabilidades infantis que acabam gerando casos policiais históricos. As pessoas que cometem esses crimes acreditam cegamente que a possibilidade de alguém descobrir a verdade não é tão grande assim, acho que talvez por superestimar sua inteligência.

Nunca um caso desse ficou por tanto tempo na minha cabeça como o de Suzane Richthofen e dos irmãos Cravinhos. Tenho um interesse absurdo nos três personagens: Suzane - Menina bonita, rica, estudante de Direito. Daniel - O típico namorado que uma menina rica rebelde costuma ter. Chirstian - A grande questão da história: Fez por amor ao irmão, por dinheiro ou por ambos?

Li nessa última semana que Suzane (como uma estratégia de sua defesa) daria entrevista ao Fantástico. A intenção de seu advogado é a de mudar a visão da opinião pública em relação a ela (uma vez que o crime irá a jure) e jogar a culpa para os irmãos Cravinhos.

Não assisti a entrevista ainda, mas no jornal O Globo de hoje uma matéria esclarece que a estratégia foi exagerada, chegando a ponto da equipe do programa gravar em off ordens do advogado como: "Chora!". Todo um clima bizarro foi criado para caracterizar que Suzane era obrigada por Daniel a se drogar e cometer loucuras como foi o assassinato de seus pais.

Além disso outros dois processos correm na justiça: O da família da mãe de Suzane junto com seu irmão Andres pleiteando que ela seja deserdada. E um processo de Suzane com a intenção de assumir os bens de seus pais alegando "descaso" e "irresponsabilidade" por parte do irmão na administração da herança.

Por tudo que li e asssti sobre o caso, acho que Suzane planejou tudo. A idéia provavelmente partiu dela. Mas diante de toda a complexidade e relevância da história em si, isso acaba importando menos. Tenho certeza que passado o julgamento a minha vontade de entrevistar Suzane na prisão só irá crescer.

Até o fim da vida, escrevo essa história.

terça-feira, abril 04, 2006

Onde a terra acaba


Manoel Magalhães: Pois é Mário. Tá difícil o negócio...

Mário Peixoto: Sempre foi.

Manoel Magalhães: Só que nunca como agora. Não tem motivo, você sabe.

Mário Peixoto: Eu sei, eu sei... Comigo foi assim também. Acho que é até melhor não fazer ou não terminar.

Manoel Magalhães: Ou começar outra vez.

Mário Peixoto: Eu começei várias vezes e pelo menos fez sentido. Só que não fazer e não acabar fez mais. Principalmente não acabar. Dorme um pouco, bebe um pouco ou viaja um pouco.

Manoel Magalhães: Sei lá...

Mário Peixoto: Ou não faz...

Manoel Magalhães: Pois é. Quanto tempo leva?

Mário Peixoto: A vida inteira.

Manoel Magalhães: Sempre do mesmo jeito?

Mário Peixoto: Principalmente.

Manoel Magalhães: Já vi que vai ser assim. Me disseram pra ter paciência, pensar melhor.

Mário Peixoto: Eu tive paciência de outra forma, você sabe.

Manoel Magalhães: Eu sei.

Mário Peixoto: De qualquer jeito, existem as possibilidades.

domingo, abril 02, 2006

Calls

Agora virou hábito nas noites aqui em casa, alguém ligar e desligar o telefone na minha cara quando atendo. Geralmente começa depois das 00:00 e acontece umas três vezes por noite.

No início era rápido e seco. Era só atender e pronto: a pessoa já desligou do outro lado da linha.

De uns dias pra cá isso mudou: Eu atendo e sinto que quem está do outro lado quer apenas me ouvir e tentar falar. Talvez tomar coragem pra dizer alguma coisa, mas quando escuta novamente a minha voz repetindo o "Alô?" desiste.

(Enquanto escrevo isso aqui, mais uma vez o telefone tocou)

Geralmente sou bem chato com esse tipo de situação, até porque na maioria absoluta das vezes eu sei quem está ligando. Mas desta não faço a menor idéia. Pode ser uma pessoa que eu conheço bem ou uma que nunca vi na vida.

Será que é aquela namorada que eu amei muito que resolveu voltar atrás? Será alguém que não me conhece mas me ama e quer se declarar? Será uma pessoa que errou feio comigo e se arrependeu? Será um amigo com medo de me contar algo grave? Ou será um maluco me ligando por algum motivo torpe?

Será que a pessoa que liga passa por aqui?

Será que está lendo agora?

Se estiver: na próxima vez que ligar, tome coragem e fale. Não precisa dizer tudo de uma vez, só dizer um "oi" e conversar qualquer coisa que com certeza sabendo quem é, já vou saber do que se trata.

Resolver é sempre melhor.

Para nós dois