sexta-feira, março 30, 2007

I wanna be J.P. in the good old days

Francis Scott

"Fitzgerald em 1920 publicou This Side of Paradise e casou-se com a bela Zelda Sayre. Em 1921, os dois partiram para a colônia - naquele tempo, a Europa. Mas a Europa de Fitzgerald pouco tinha a ver com a Europa do "Passionate Pilgrim" de Henry James. Os Fitzgerald nunca saíam para ver os pontos turísticos, porque, na qualidade de celebridades da Era do Jazz, eles é que eram os pontos turísticos. Queriam se divertir e divertiram-se." - Gore Vidal

quinta-feira, março 29, 2007

So Fast.

A vontade passou assim, sei lá, como passam as vontades.

terça-feira, março 27, 2007

O diálogo termina quando começa o refrão.



Ela pergunta que música é essa que começa a tocar no carro, eu digo que é a diva da nossa história, sabe? A mulher que vai cantar pra nós dois enquanto fugimos, enquanto vamos correndo - esquecendo toda essa culpa - em direção a beira do abismo. A voz que precisamos pra calar, pra silenciar o peso de nossas cabeças. A voz que carrega o destino que escolhemos por essa estrada de terra batida, voz que nos dará a força necessária pra mudar de vida, de endereço, de cidade, de vontade, de lugar e escolha certa. Porque escolha certa é estar aqui. Escolher certo é colocar os meus olhos nos seus olhos antes de te beijar ouvindo a Nina cantando com toda essa classe. Night and day, day and night. Para que de hoje em diante, desse exato momento até o fim do que agora nos faz mais fortes, nossos olhos sejam atendidos.

segunda-feira, março 26, 2007

Eu não te conhecia

Lá. Deitada, pele com a minha cor, olhos perdidos de cansar a noite. Eu te desejando, te desejei, te desejo muito e você sabe. É pecado? É pecado. Eu paro. Conversamos e olhamos, e rimos, e você entende o meu senso de humor, e você sabe a hora certa de rir quando eu brinco com outra pessoa. É brincando com você, não é? Escondido, tem que ser assim, por debaixo de algum pano ou dos pensamentos que a gente soterra qual Jonas perdido na barriga da baleia. Eu te quero demais e não posso. Um dia. Outra vez. Um dia. Outra vez talvez seria. Um dia.

No seu corpo e no meu corpo. Outra vez. Um dia. Você está tão segura aí, eu sei. Eu te quero outra vez, só que diferente, eu não te conhecia, desculpa, você me merece melhor. Fica com o seu caminho certo. Nós dois, outro dia. Por favor. Você quer sair comigo, e rir, e descobrir, e mudar, e experimentar, e tentar, e variar e enlouquecer. Comigo. Aí é chão, aí é vida, é seguro, é casa, é comida, é fruto. Aqui é corte, é noite, aqui é o que você quer, mas olha, fica aí, por enquanto. É seguro. Eu estou aí quando você olha, você está aqui quando me aceita correndo o risco. Você quer correr perigo. Comigo.

sexta-feira, março 23, 2007

Chiarello

Algumas vezes ela volta nos sonhos, em outras ela aparece nos pensamentos antes de dormir. A cabeça refaz aquele filme inteiro e só me pergunto se alguma coisa faria com que tudo fosse diferente. Lembro de quando ela me ligou pra cantar "meu amor / cadê você? / eu acordei / não tem ninguém ao lado", ou pra assistir a um programa de piano, ouvir música clássica também, ou pedir que eu fizesse o adesivo: "Eu amo a minha dentista". Foram tempos estranhos e tão bonitos. Hoje o telefone não toca mais de madrugada, pra ser franco, eu não tenho mais telefone em casa por isso. Pra não sentir falta.

Falta daquela voz, que nem sendo um Hemingway da vida eu conseguiria reproduzir aqui. Falta dos dentes, do sorriso. Falta do tédio que acabou servindo como um analgésico para aquelas noites quentes do ano 2000. Falta do tato, do bom gosto no pensamento e na boca. Falta de ouvi-la cantando baixinho, inventando um futuro pra nós dois, procurando no mapa as cidades que correríamos juntos pelo mundo. Falta de sonhar como criança. Falta de ter certeza em todos os momentos, falta de fugir escondido no fusca caramelo pela madrugada. Falta de ver que ela sempre foi a mais forte, mesmo quando se fez de fraca pra me tornar melhor, ou maior, ou igual. Ou apaixonado.

Falta de um mundo que não existe mais como real, mas não desiste de viver ali, escondidinho no pensamento, nas lembranças, no cheiro das coisas, no rosto bonito de qualquer garota toda vestida de branco. Ah, menina, antes do adeus eu lembro de nossa saudade no último telefonema. Lembro daquele beijo às 06:00 da manhã e da sua felicidade dizendo que queria fugir comigo pra Islândia. Ou de quando você achava um cartão antigo e ligava pra dizer que ainda era lindo, e apaixonado, e nosso. Lembro de sentir o vento enquanto você dirigia e achar que nada na vida poderia ser melhor que aquilo. E realmente, nada até hoje foi. Nada. Nada. Nada. Nada. Como um mantra.

A vida te levou, mas a saudade ainda te deixa aqui. Batendo forte.

quarta-feira, março 21, 2007

2007? 2008? 2009?!

Meu projeto de vida agora é fazer uma tatuagem com o Tinico:

www.fotolog.com/tinico

sábado, março 17, 2007

Fante em apenas uma lição.

"Meu conselho a todos os jovens escritores é muito simples: recomendaria a eles que nunca fugissem de uma nova experiência. Proporia a eles viver a vida em carne viva, agarrá-la com coragem, atacá-la com as mãos desarmadas"

sexta-feira, março 16, 2007

O vão entre os prédios.

Observo as janelas no vão entre o meu prédio e o prédio da frente. As pessoas são sempre iguais, mesmo sendo tão diferentes. O cara com o laptop na janela da frente, a menina fazendo as unhas na janela lá de baixo, talvez tenham os mesmos problemas ou sofram por coisas parecidas. Ou não, quem sabe o que pode fazer com que sejam de universos (ou janelas?) completamente opostos?

No fundo é só mais um pensamento aleatório. Só mais um entre milhares, que nem eu mesmo sei se são iguais aos meus anteriores, ou se são novos, ou se são diferentes. Hoje consigo construir um tempo diferente apenas por escolher que "viver diferente" é mais interessante pra mim. Me emociona mais, só isso.

No momento. No agora. Amanhã eu já não sei, mas hoje parece o caminho certo. O meu caminho certo, ou o caminho certo da minha vontade, que é diferente como escolha pessoal. Is this it.

quinta-feira, março 15, 2007

My Little Surfer Girl



É exatamente assim que meu coração se sente agora.

segunda-feira, março 12, 2007

18:00

A cidade parece silenciosa depois da tempestade. Caminhamos com os sapatos encharcados por toda a Paulista e agora ela quis parar pra comprar cigarros. Observo as luzes começarem a engolir a avenida após as 18:00 enquanto ela ri das fotos na revista exposta do lado de fora da banca. Tudo agora parece se confundir ao ritmo que o inesperado impõe, diariamente, nesse lugar que para nós dois é sempre novidade.

Ela me dá a mão e sentimos o frio cortar cuidadosamente o vento enquanto caminhamos, ele também nos beija o rosto com o carinho de quem adota para sempre estes filhos. Agora o coração é só certeza e ela prende os cabelos, morde a boca, pergunta o sentido das coisas, acelera nossos passos ligados e grita de felicidade por saber que ainda é só o começo. No néon do prédio mais alto a vida parece dizer:

Não tenha pressa’.

sexta-feira, março 09, 2007

You Meant Everything.

Faz calor lá fora e você dorme em silêncio no colchão jogado sobre o chão da sala. O vento entra ralo pela janela e só escuto os ruídos do ventilador enquanto assisto a TV muda. O domingo é quente, mas a vida nunca esteve tanto a nosso favor. Vamos então deixar que assim seja?! Ela faz a parte dela e nós a nossa, um acordo excelente para quem não controla o que alguns chamam de ‘irremediável’. Talvez seja isso que outros chamam de ‘benção’, ou ‘milagre’, ou qualquer outra palavra escolhida a dedo em um dicionário de sinônimos especiais para “Felicidade”. Quem mais pode duvidar?

quinta-feira, março 08, 2007

Continuando o amarelo.

Estamos sentados e ela diz que esse frio sempre lembra o ano passado, o caminho do ônibus até a minha casa, o chá que a gente tomava na janela assistindo o movimento disperso da rua, lembra e deixa saudade, mas uma saudade gostosa de pensar que mesmo mudando quase tudo, ainda estamos aqui juntos tomando café e conversando, e vendo pessoas, e pensando em deixar o futuro chegar com calma. Agora ele vem e não assusta, ela diz com os olhos brilhando no mesmo tom amarelo do vestido.

Sinto que ela veio pra ficar e não importa o tempo, seja ele o nosso passado ou o nosso futuro, ainda vai estar ali, do outro lado dos meus olhos, sorrindo linda e tendo idéias que nos farão caminhar na chuva fina por entre prédios dessa cidade cinza que se amarela de luz a cada toque de seus sapatos novos. Não importa se o mundo é veloz, se as pessoas são tristes, se o dinheiro é pouco, a felicidade agora mora aqui e é dividida com afeto proporcional e louco por essas duas almas.

segunda-feira, março 05, 2007

California Zero Grau

* Trecho do futuro Romance - fragmento: Cláudia e a vida nova.

Filha do mundo e do cinema. Ela me olha sempre assustada, olhos verdes rasgados; vez ou outra parando pra pensar nas coisas que só a PUC ensina. Não tenho força nas mãos para tocar seus seios, Cláudia. Caminho sempre perdido entre suas camisas de seda branca. Quando Cláudia e eu mudamos para Teresópolis o filme ainda era uma criança. Dona Vera nos presenteou com lençóis coloridos. Nosso sexo era novo, ela tão menina me masturbava na sala enquanto conversávamos sobre as cores do quarto do bebê. Eu gostava de tocar piano e de mentir canções para Cláudia. Não desligávamos a televisão nunca.

Não consigo caminhar com as coisas do trabalho. Tenho da melhor comida e bebida, tenho sol que não queima e uma mulher para escrever uma parábola.

Cláudia nasceu filha dos cadernos e das opiniões. Cresceu usando aqueles óculos que sempre odiou, mas era linda, linda. Dona Vera cortava o pão em fatias estranhas para a ceia. Cláudia em uma tarde de criança lia Raduan Nassar para a escola alemã e sentiu vontade de tocar o sexo, a mão de menina procura o que os sentidos imploram. Grandes desenhos. Sei que sua família sempre preferiu que fosse de outra maneira, mas minha menina realmente não liga a mínima. Nunca gostou de fazer nada mesmo, Cláudia é feliz só de prazeres. Acorda e vai com o frio para a piscina, e pede a Lúcia sempre sucos de frutas tropicais. Não usa guardanapos e adora tapetes indianos, já temos tantos que tropeço pela casa. Parece que o tempo parou em 74.

Ela tem pressa... e muita fome.

domingo, março 04, 2007

Todas as suas primaveras hoje.

Você abre a porta e diz que fica feliz quando apareço sem avisar. Eu inevitavelmente penso que esse momento parece perfeito para a mudança na rota do que fizemos até aqui. Nós dois. Você já pensou? Pensei quando você sorriu, você pensou quando contei minha vida. O tempo só quis te castigar? Ou será que foi um jeito de te preparar para o nosso agora? Caminhamos de cabeça baixa enquanto os outros seguiam na frente e tudo que dissemos pareceu a abertura de um futuro que é nosso. Se o passado te fez mal, esquece. Vamos olhar pra frente.

quinta-feira, março 01, 2007

Música do mês ou Março será maravilhoso!



A lyric, a time, a crusade, a line.
One minute, a friend, a road without end.

A lyric, a time, a crusade, a line.
One minute, a friend, a road without end.