quinta-feira, novembro 22, 2012

sozinha

com o cabelo preso, parecendo frágil, espera que o expediente acabe e que a fila ande logo.

pensa nas contas, lembra os recados, foge dos amigos no almoço e anota as tarefas em sua mão esquerda enquanto o cara da frente termina de passar o cartão no caixa.

sua vez, diz o velho do bigode. 

paga, olha uma última vez para o fundo - onde ele fotografa tudo em vinte e quatro quadros - e sai pela esquerda. 

saída esperada e destino, por enquanto, desconhecido.

quarta-feira, novembro 07, 2012

cartinha ou micro bilhete

certas coisas não são catalogadas, não entram em cartilhas ou nos conselhos de amigo, certas coisas não cabem em nada. fazer um inventário das cores que escorrem quando você respira, se movimenta ou toca um prato de omelete com brie já seria um objetivo justo, pra te mostrar que ainda existe salvação pro mundo, pra me provar que nenhum desencanto é infinito, pra cortar do tempo esse marasmo que asfixia qualquer outra coisa que não seja tédio e dor, esses dois amigos que temos em comum. queria conseguir guardar suas cores em um registro convincente, mesmo que pouco preciso, queria que você soubesse que elas derramam em mim o que meu meu corpo não consegue. queria suas cores em mim, passando pelos poros tudo que como com os olhos, tudo que não sei exatamente desejar.

sábado, novembro 03, 2012

manual de sobrevivência social

aos errados, perdidos, vagos, sufocados ou confusos, nos eventos de convívio sociocultural só lhes resta uma saída à altura de seu bom senso, a bebida. pular no álcool antes de se afogar no verbo alheio.