segunda-feira, março 12, 2007

18:00

A cidade parece silenciosa depois da tempestade. Caminhamos com os sapatos encharcados por toda a Paulista e agora ela quis parar pra comprar cigarros. Observo as luzes começarem a engolir a avenida após as 18:00 enquanto ela ri das fotos na revista exposta do lado de fora da banca. Tudo agora parece se confundir ao ritmo que o inesperado impõe, diariamente, nesse lugar que para nós dois é sempre novidade.

Ela me dá a mão e sentimos o frio cortar cuidadosamente o vento enquanto caminhamos, ele também nos beija o rosto com o carinho de quem adota para sempre estes filhos. Agora o coração é só certeza e ela prende os cabelos, morde a boca, pergunta o sentido das coisas, acelera nossos passos ligados e grita de felicidade por saber que ainda é só o começo. No néon do prédio mais alto a vida parece dizer:

Não tenha pressa’.