terça-feira, agosto 26, 2008

Respostas Erradas do Organismo

Não é muito raro acontecer uma série de pesadelos com um problema inevitável. Seis meses depois o problema foi evitado e a distância entre o sono e a realidade fica tão descolada que qualquer julgamento póstumo é no mínimo injusto. Viver o momento não permite perspectiva e só o tempo dá a chance de entender ou inventar uma resposta para o que aconteceu.

Isso mais ou menos.

Como ser exato quando o que existe do outro lado de um ser humano só é uma civilização inteira? Países, forças gravitacionais ou não, bilhões de pessoas fazendo peso no mundo, comprimindo o chão por onde pisam, jogando fora roupas velhas, restos de tudo o que for possível imaginar aí do outro lado desse computador que você usa pra ler isso daqui. Como? Você saca a bolinha de tênis do seu lado da quadra e o jeito que a "vida" ou o "mundo" vão responder, só eles sabem mesmo. O corpo é meio burro e vive tentando antecipar. O meu não consegue muito.

Comecei isso aqui pensando nas reações dele, mas ta difícil levar a sério. A real é que não existe fórmula. Tudo acontece de maneira independente ao aprendizado prévio.

E o corpo só se dá bem trabalhando com isso, aprendizados prévios, ele fica louco tentando responder com sonhos, dores, fome, sono, pensamentos positivos, pensamentos negativos, pressentimentos, premunições, sensações boas, estranhas ou ruins, mas o que vai acontecer ele não sabe. É o lutador de boxe que só saber bater, por isso acaba apanhando.

Eu preciso aprender a ficar calado. A boca é cheia de seus aprendizados prévios. O segredo dessa minha felicidade toda de agora, eu sinto, tem alguma coisa a ver com o silêncio.

Então, por favor, não me escutem muito. Só tenham carinho mesmo, que isso é o que importa. Eu não sou o que eu falo, eu sou o que você puder sentir vindo de mim. Calor, cheiro ou um sentimento bonitinho.