domingo, agosto 06, 2006

Boa noite Cinderela.

Acordo beijando os seios dela ainda dormindo. Olho a respiração evoluir em sentidos calmos. Que horas são? Procuro as calças no canto da cama e escorrego o cobertor grosso sem fazer muito barulho. Onde eu joguei a merda do cigarro?

Na parede branco-light um cartaz do Encouraçado Potemkin. As cortinas estão cerradas e a luz que penetra calma parece fotometrada.

Caminho descalço pelo piso frio até a cozinha. Na mesinha um café de ontem a noite e o Carlton que ela fuma. Vou enchendo um copo frio mesmo e procuro na sala algum disco com a cor dessa manhã. Ela tem o Revolver e nada poderia ser mais adequado. A vitrola é pequena e colorida. Fácil de usar.

Na janela que a essa hora parece gigante acendo um cigarro dela e deixo a música me sentir. O prazer geralmente vem assim, enquanto não penso em nada.

Ela aparece na porta da sala coçando os cabelos lindos encaracolados. Você acordou agora? Não toma esse café aí não, deve estar uma merda. Vou tomar um banho e já faço um quentinho pra gente.

Vem cá e me beija. Tudo tão doce.