enquanto os olhos estão fechados, os dias não vão além de escolher um buraco na rotina, um pequeno espaço para mudar de cor, chamar de tábua de salvação, chamar de cura. todos podemos mentir que tudo parece bom, que é assim mesmo a vida, que é preciso crescer e aceitar que o destino tem jeito, é só colorir essas migalhas de tempo em que nos enganamos, viciados em coisas que passam, cegos por coisas que nem sabemos quais são, mas os outros parecem felizes, mais felizes que nós, não são, ninguém é até dar conta do inevitável, da morta súbita, do dia seguinte, muitas pequenas tarefas realizadas para nada, sem obra, sem glória pessoal, só toneladas de digitais vazias, ninguém é nada até se bastar. atravessar esta barreira expõe o quanto nos conformamos.
o forte tentaria fugir para longe de nós.