quarta-feira, junho 23, 2010

desenho mediterrâneo #2

ali parado, entre duas ruas que levam ao seu ateliê, ele fuma o último cigarro do dia com o café no copo de plástico e a alma perdida no verde das palmeiras que brotam na calçada. está leve, são, e pensa em começar a vida outra vez, limpando o passado, te convidando para uma volta que será o tempo de dizer o que se pesa antes de dizer, o medo, mesmo querendo ser outro, mesmo querendo ser nada, com você ele pode conversar sobre as horas, as cores, a casa de pé direito alto que te abriga, a vida que te separa de não esperar mais que um momento, tempo exato da felicidade. quem sabe, a hora onde não se entende, não se lembra, a hora passada antes de chegar. esboço solitário do devir.