quinta-feira, outubro 08, 2009

#5

uma paixão vazia. algo que não foi concebido para ser natural, ou fácil, ou justo, ou adequado as convenções básicas de gênero. atitude vaga, de loucura e desordem no sexo, janela iluminada, sem tecido pra cobrir o sol ou a visão dos outros prédios, vão, desajustado, doentio como qualquer paixão pela arte. ela o deseja como deseja sua realização estética, como ama a fotografia, a luz, a miopia do walter carvalho; ele a deseja como deseja os ruídos, a ambiência, a cegueira do stevie wonder, eles são juntos mais que beijos, encontros, sexo, esperma, suor. parecem vida em 24 quadros. quando estão juntos. o destino não pode negar a força da luz natural. identidade de movimento e barulho, para não ser faulkner pela milésima vez. nem som, nem fúria.

querendo contar mais sobre os dois, recebo os espíritos do impossível, o platônico é patologia que pode ser dádiva também, minha dádiva na experiência do branco dos peitos dela, visão que não se apaga facilmente, da cabeça ou do sonho, volta em outra frase de outro texto, diz o que seria o mundo se ele fosse perfeito, o mundo seria bem parecido com os seus seios.

lindos, minúsculos, brancos.

peitos ideais.