quinta-feira, setembro 25, 2008

As Ruas Sem Fim

Um intervalo entre o último ruído e a voz, ela no caminho entre as pessoas, sorrindo, e as ruas esperando os passos que ainda não chegaram, em vila isabel ou nas laranjeiras, os carros, o tempo que não se decide entre o frio e o meio-calor, as luzes amarelas mais bonitas que as brancas ainda são maioria apesar do preço, e a cidade em silêncio apaixonado nos dias de setembro, o mundo pensa melhor sem barulho. Sem pressa de chegar ao longe.

Nos hospitais, nos cinemas, na praia de Botafogo iluminada pelos néons do caminho, no amigo cansado que escuta uma canção do nosso lado no ônibus, nas praças, avenidas, viadutos, no estádio ao lado da Universidade onde os fantasmas de um século resolvem passear pela madrugada vazia, entre as pessoas, o vai-e-vem dos cães vadios, os semáforos no amarelo intermitente, uma cidade que ainda se apaixona, que ainda me emociona.

Quando às duas da manhã sorrindo sentando no ponto de ônibus, com um cigarro estranho e pela metade nas mãos, a chuva resolve cair soberana e linda sobre a Rua das Laranjeiras.

A felicidade é isso e ai de quem disser o contrário.