quinta-feira, agosto 24, 2006

Um vento bom

Alguma coisa me diz que a hora está chegando. Hoje conversamos novamente e as coisas vão ficando mais próximas. Ela sorri tão bonito, você tem que ver. Uma cor diferente nos olhos, entende? Ficou de pé alguns minutos, depois tirou o casaco e jogou a mochila pra sentar do meu lado. Ombros tão bonitos, você tem que ver. Aposto que quase ninguém vê beleza nos ombros, ela facilita isso, pode acreditar.

Depois de falar de todas as coisas que faz e do tempo que não tem, fez cara de triste. Eu pergunto: Não se sente perdida ou sem tempo pra dedicar a você? Ela responde que muito. Conta dos sábados que só chega em casa às 21:00. Que a vida é praticamente domingo. Mas domingo é dia de leitura. Se sai na sexta fica acabada. Todos os dias enquanto acorda, ela pensa em ficar em casa dormindo mas continua o ciclo, tem que continuar.

E eu lá olhando. Só querendo abraçar forte e dizer que entendo. Querendo muito fitar os olhos dela e falar baixinho que ajudo, que abraço, que dou força, que trago um doce ou a felicidade nos momentos que ela precisa.

Ficamos ali sentados bastante tempo. Talvez só pra sentir qualquer calor humano nessa manhã fria de quinta-feira. Uma pequena ilha de olhares e confissões cotidianas.

Ela definitivamente precisa de alguém como eu na vida dela. Pra um beijo, um abraço, um sorriso, um papo ou um chá.

No domingo eu quero acordar cedo e pegar o ônibus para o Jardim Botânico. Só pra te abraçar.

Por horas e horas e horas... e horas e horas.... e horas.