segunda-feira, janeiro 26, 2015

being around

quando todos os motivos pareciam não justificados, quando a revisão dos detalhes que desencaixaram da história já perdeu a razão de existir (tudo que não confronta não existe), ele estava enfim confortável com o vazio, com o despir da alma que abriu as portas para o roçado de um caminho estranho e novo, elaborado em vielas que construíam pirâmides de certezas, tudo o que vestia era uma camisa preta e a coragem de um ser humano mais forte.

ela dançava sozinha, cabelo recém-cortado e sorriso que não mostrava nenhuma mudança que poderia ser anunciada em conversas rasteiras. estava mais madura, mais calma, estava tentando deixar um caminhão de lado e viver o que poderia parecer mais sincero. queria que fosse mais simples sem saber que o mais simples é realizar o que quer. mas ela já aceitava duvidar. usava vestido, tênis e tudo o que já sabia que ele gostaria de ver.

e eles quiseram chegar perto. estar por perto. precisavam não sofrer mais com a necessidade de uma despedida ou o não entendimento de uma paixão. existia uma força tão necessária que os aproximava que nem perceberam que mais uma vez conversavam. ele sorria e contava histórias, ela suspirava e conseguia colocar suas tiradas entre pausas. coisas que só os dois poderiam fazer, coisas que os dois mereciam muito viver. e quando tudo começa de novo é sempre a chance de ficar por perto mais tempo, sem saber como o imediato pode não terminar.

esperança é sempre apostar.