qualquer palavra já seria muito, um cumprimento mínimo por educação, gesto solidário com quem não consegue dizer algo que seja relevante. nesse semiárido de certezas, ele só consegue propor uma bandeira de novo país, um espaço onde fique claro que as coisas realmente importam, ficam, marcam, tanto que o tempo, que torna tudo obsoleto, ainda mostra a incurável necessidade de diálogo, de aproximação.
uma grande frase é curta para contar exatamente o que é preciso, não significa exatamente tudo que deveria estar contido, tudo que foi possível não é o bastante para expressar a verdade. se falasse por raduan, não concordaria com a coisa humana que mais pode nos assombrar, a força do verbo, sempre em primeiro lugar, diria que palavra alguma pode conter o interior, ou ser a lavoura do sonho primeiro. todo o líbano de palavras não seria suficiente, por isso qualquer silêncio de carinho mínimo já basta. entre sermões de pai e amassar de pão das mãos maternas, o mínimo vindo dela já seria dádiva.
porque só a justa medida do tempo dá a justa natureza das coisas
é o trecho sublinhado no silêncio de quem habita o incompleto.