- o acaso sobre qualquer coisa, o acaso como religião.
você dirá e talvez nem saiba. o roteiro é meu.
e com seu vestido de festa podemos passar algumas horas na rua estreita que corta tantas outras ruas, maiores ou menores, a música que precisamos nos alto-falantes, abafada pelo ambiente que torna tudo mais desesperado e leve, porque vontade não é necessidade, vontade é a certeza do impossível na boca da realização, e ganhar um impossível de presente é valer-se de estar vivo e pronto para a vida, oportuno e transformador, aproveitando o que ninguém sabe que é maravilhoso como o diabo. tudo pode acontecer quando vontade é destino.
estar ali seria invadir madrugadas de um tempo que nos entenderia, como elvis costello cantando para você voltar do banheiro, rindo com a clara certeza do meu desejo, do subtexto que existe em querermos o mesmo, e rápido deixamos as coisas acontecerem como o tempo quiser escrever, querendo mesmo é que venha o inacreditável, capricho de quem aproveita o prazer a dois como realização individual da fúria, fome, sorte, não existe coisa óbvia ou passada que nos represente em vontade, não existe verdade que traduza querer demais, ansiar, babar como um louco que entra em teu corpo como o próprio demônio, com certeza e loucura de quem aperta a carne pensando no tempo, aquele da ânsia até este instante chegar, o dedo correr e a vontade passar.
desapertando, despedindo, realizando o corte simbólico.
- se você resolver continuar, eu quero.
ainda dirá.