terça-feira, outubro 19, 2010
sono-para-sonhos
nesse espaço de descontrole, durante possíveis oito horas, a alma repousa, vagueia, deixa ser aquela imagem impossível de tão próxima, alguns bairros, minutos nem chegam a horas, frames piscando até que uma sequência realmente exista, rodada em preto e branco, cores costumam vir com o som mas são raras, o ruído dói no corpo, expulsa a alma pra fora, e aqui existe o meio do caminho, o momento em que a alma volta mas a carcaça fica vazia, querendo-a de volta, olham-se, e a respiração é a cola que une os extremos, re-início de processo, filme, narrativa, tudo trabalhando pra mostrar o impossível: desejo irrealizado, idealizado, morte, pequena morte, tudo que é direto ou desconexo, pode ser, mas a gente nunca sabe o que está por vir, e elas voltam, elas, bem definido assim, o que assombra, o que atormenta, o que transforma. querendo dormir qualquer um é capaz de um acerto de contas. estranho e inevitável, necessário pra quem sonha, o sonho, a metáfora justa da batalha. ainda que com algum medo do escuro, é fechando os olhos que se abre a lata da alma. vamos tirando a armadura. não amanheceu. é hora.