terça-feira, outubro 20, 2009

sobre como termino de plantar

vivendo dias sem o sono necessário. madrugadas e ônibus, pedaços de frases em músicas semiacabadas, responsabilidade com coisas que não parecem tão nobres, a vaidade alheia, eu, incompleto e meio sujo, derrapando na lama do dinheiro que preciso, aprendendo a amar como adulto, tentando aprovar documentos, assessorar os mais bem pagos, guardar em caixas de papelão o que juntei de 2004 pra cá, pouco valor agregado, muito afeto estabelecido, e sou um dono zeloso do meu passado e também do futuro. que ainda não é meu, mas será.

por isso aguento o peso, a andar que cansa, as pessoas que são só pessoas, os dias que perco, as horas que passam no vazio desse lugar inútil, aguento porque falta pouco, aguento porque é no final desse buraco escuro que vejo o fim do quase eterno 2004-2009, ano em cinco, ano de ir e vir, para no fim disso tudo colher um fruto mais forte do que sou eu mesmo. poderia até sofrer, mas fortaleço. poderia não entender, mais isso já aconteceu no início.

hoje sou final de ciclo. sou quase inteiro.