terça-feira, setembro 08, 2009

#3

o sol foi embora e só esperei a noite chegar, com ela pedindo outra cerveja, e outra, contei de tudo que quero e que faço, ela ouviu, cara de atenção, sorria nas pausas, disse como imaginava a espera de um disco, os detalhes, o tempo de amadurecimento do sonho, ela sonha cinema, sempre que pode, escreve cinema pra viver - pura prostituição, ela diz, quando não é o seu cinema, quando é por dinheiro, ela, vestido de cor-não-cor, quer a liberdade de ser solitária. de não imaginar como é, antes de ser, de realizar o que for, exclusivamente, necessidade.

vontade, desejo bruto, assim como aceita visitar o chão da minha casa e encostar o vestido de preto-e-branco na poeira acumulada pelo quarto, depois os joelhos e já estamos na janela pra cuspir a fumaça do último cigarro que ela encontrou na bolsa, olhando as nuvens carregadas desabarem lá fora, chove e nós sonhamos, literatura, do meu lado, cinema, do dela. somos encontro.

somos hoje.