sexta-feira, julho 17, 2009

hotel que recusa ser espaço. não opina sobre música, vida alheia ou qualquer outro tipo de coisa. centenas de pedaços de vida, de dia, de vontade, letreiro de uma pessoa, sem bula, pedaço de alguém, recorte mínimo de encontro, de sonho, de exercício do pensamento sobre existir e representar, quando não acontece exatamente como foi é porque não pode ser equivalência o que importa, nem vida como ela é (pra ficar no campo do paralelo com o representar de outro), risco de fazer o que quer, odiar e amar o que vê, mais até do que vive. sentindo pode-se até acreditar no que não acontece. lugar de confeitaria, artesanato e nunca arte, contradição no que está aqui e acaba ficando com o outro lado. o que é meu sonho vira sua imaginação, seu olhos, seu jeito de me enxergar no espelho, bonito ou feio, apaixonado ou maldito, sou eu pra mim e pra você de outro jeito, mesmo os que estão aqui não são, são mais, são melhores. porque a vida pode ser melhor e não é, apenas por alguma razão estranha, por algum descuido, ou azar, que vai ver só acontece comigo, mais a verdade é que não sai, não acontece a hora certa, nem o vestido de cor, nem a primeira escolha, a narrativa da vida é a incerteza pura, diagonal, mesmo quando toda a energia desaba sobre a vontade existe o espaço que é movimento, física pura, não se sonha ao mesmo tempo que vive, sonho agora, vive é verbo futuro, mesmo não fazendo sentido é fato, e não é igual. nunca é igual, mas acontece.

essa aqui é a prova. diária e redundante de tão minha.