quinta-feira, agosto 09, 2007

Avenida Consolação

Eu não me arrependo de você

Foram quatro cervejas e ela sorriu com dentes de benção. Estávamos tão longe de casa para caminhar de mãos dadas pela Consolação inteira, mas mesmo assim resolvi seguir seu desejo louco. Fomos então, olhos abrindo e fechando como os bares da calçada. Natália usando seu vestido cor de caramelo parecia o início do novo dia que queira se anunciar em cada espaço não preenchido pelos néons das lojas de roupas que iluminavam as ruas transversais. Acendi seu cigarro e beijei o outro lado que me oferecia do rosto enquanto ela tragava a primeira fumaça com aquele seu ar de desprezo com a vida real. Natália, na luz da madrugada, fumava e me dizia bobagens lindas.


Vermelho-esquina-quase-Augusta

No sofá agora nos beijamos enquanto os filmes passam na televisão muda. Ela tira a calçinha e senta no meu colo, escorregando as coxas nas minhas coxas e diz que já me ama tanto, que quer ficar aqui uns dias, que não duvida nem um pouco do que podemos ser juntos. Beija meu pescoço com calma e caminha os dedos, vagarosamente, pelo espaço que encontra entre meu rosto e cabelo. Começamos a trepar e Natália se movimenta em silêncio, meus olhos vão correndo por cada detalhe de seu corpo, tentando talvez fotografa-lo pra sempre na memória mais segura dentro do cérebro. Abaixo a alça do vestido e beijo seus seios enquanto ela aumenta o ritmo e arrasta suas unhas em minhas costas com cuidado e carinho. Lá fora o barulho da rua não importa.