sexta-feira, julho 13, 2007

Voltando aos dias de Girassol

Ele caminha pela Avenida Portugal e pensa nas férias, no edital da Petrobrás para livros, na bolsa da Biblioteca Nacional para escritores, em enviar um conto para o editor fulano de tal, ele sente que o mundo resolve desacelerar e fazer sentido. O dia está nublado, mas mesmo assim a manhã é a mais bonita das últimas semanas. Na rua, começa a cantarolar as músicas do “Girassóis da Rússia” na seqüência do disco, o egoísmo da felicidade chegando aos poucos é a razão agora de cada passo seu.

Vai viajar, mas já pensa em passar por Porto Alegre, quer morar na Argentina um tempo, se possível, e seguir a vida nova que o destino vem mostrando com a prudência dos passos firmes e seguros. Agosto virá junto com a chance de começar o ano outra vez, e então, seus sonhos de mudança só irão depender das próprias mãos. A força de seu coração acredita de verdade que a grande virtude é reverter os erros, começando novos dias, onde o possível sempre é a coisa mais linda no mundo. Porque possível aqui é tudo. Engraçado como ele às vezes não lembra desse enunciado simples.

Agora, já no final da calçada, canta mentalmente a letra de “Iguais” abraçando com carinho as nuvens da Praia Vermelha:

Do Pelourinho ao Partenon,
Eu digo: Eu vou.
Da Liberdade até o Leblon,
Eu digo: Eu vou.