segunda-feira, abril 30, 2007

Sobre como sobreviver à chuva de maio

Eu sigo tentando, mas já aviso que de uma hora pra outra posso desistir também. Bater com a cabeça na parede nunca foi meu forte. Sempre alguém vem dizer: "Mas você prefere quando dói?!", olha, o ideal é não doer, mas se é assim que tem que ser, melhor que seja rápido. Quando é rápido você quase não sente, passando uns dias dá até pra esquecer que aconteceu. Passado-delete-e-pronto.

Feriados servem geralmente para tirar a terra toda que atola os sonhos. Eles ficam lá, largados no buraco que a gente cava quando quis realizar, e se a vontade de voltar a sentir aquele prazer inicial não for suficiente para uma limpeza geral, então não tem jeito. Deixa isso pra lá e procura uns sonhos novos. Mudar é quase necessidade.

Aqui é hora de entressafra. Enquanto uns vão pro lixo, outros chegam com a frente fria. Escolher quem fica e quem sai é meu jeito de saber que maio chegou; e que para as transformações que ele traz não existe casaco que sirva, muito menos certeza que salve.