domingo, janeiro 21, 2007

Viva Las Vegas

Ele entra e o lugar parece brilhar com todas as luzes que consegue. Amarelo, azul e vermelho confundindo a retina com o preto das paredes. A música é tão antiga que soa engraçado que aqui, epicentro do furacão, alguém ainda toque isso. Todos parecem gostar e ele não quer pensar tão diferente dos outros essa noite.

O vestido dela é lindo, o papo é agradável, mas ele sabe que o caçador que a garota precisa é outro, não ele. Se conforma que essa noite ela ainda não possa ser sua e vai buscar outra dose de veneno qualquer no bar. Bebe mais, mais e mais. Até perder o que era razão e deixar que a música que agora toca, pegue-o pela mão e arraste até a pista. Aceitou a noite e deixou ser, parecer, estar, perder.

A menina acaba indo embora com seu caçador de barriga cheia. "Isso ainda tem volta, anota aí", ele pensa e talvez tenha até dito a alguém. Do meio de sua cólera da derrota na batalha surge a mulher que mudará sua noite. Conversam sobre as diferenças Rio-e-São-Paulo e todo o blábláblá ponte aérea. Ela resolve tomar uma atitude e carrega o nosso garoto pelo jardim escondido atrás do concreto da Rua Augusta.

Lá existem corredeiras, ele diz.