domingo, março 05, 2006

Sobre canções e o outono passado.

Acho que era Julho de 2002. Uma cidade quente do interior fluminense. Alguns garotos, o carro em movimento e um violão. Esse é o filme que tenho na cabeça, nós cantávamos "Se você quiser se divertir invente suas próprias canções", chovia muito sobre nós aquela noite.

De lá pra cá se passaram quase quatro anos, e seguimos assim: compondo as nossas próprias canções. Compondo a história da minha vida e a história da sua vida. Às vezes deve ser bem difícil ser quem você é, porque eu entendo que é muito difícil ser quem eu sou. Lembro de tocar violão e conversar em algumas madrugadas. Lembro de cantar as suas, como você já deve ter cantando as minhas. Lembro de ouvi-lo ao longe no outro quarto.

Um amigo existe pra transformar em poesia o que as relações diárias transformam em matemática. Por esse cara, eu faria qualquer coisa. Olhando pra trás, lá para 1999 eu vejo que cada dia não teve volta. Tudo passou. As mulheres, os amigos, as cores, os lugares. Tudo menos nós e as nossas canções. Escrever isso sobre você agora, me fez lembrar o Nando, que assim como você sempre acreditou em mim como ninguém mais conseguiu.

Muitas outras coisas irão passar, você sabe irmão, pode contar comigo sempre, prefiro antes de mim, pensar em você. Naquela noite de chuva, nós dois entendemos que a única escolha é cantar uma verdade que é nossa. Hoje várias outras pessoas vivem dessa nossa verdade, mas não podemos esquecer que ela é nossa, só nossa. Quando um refrão seu toca, um pouco do meu coração está ali também.

Cara, se eu te escrevo isso agora e choro é porque realmente aprendi com o seu carinho o quão grande é a palavra 'Amor'. Nós fazemos do mundo mais que canção, porque essas sim: são nossas.