sábado, novembro 28, 2009

quatro anos

hoje esse blogue/hotel completa quatro anos de exercício de textos, vivência e desdobramentos naturais disso tudo. usado como lugar de passagem da minha vida e imaginário, tenho orgulho de tudo que aconteceu por aqui.

pretendo seguir até quando a vontade permitir e ainda quero que a maioria das intenções em relação a ele possam se realizar. obrigado a quem passa só pra dar uma olhada e aos que sempre estiveram aqui nesses quatro anos.

de coração.

terça-feira, novembro 24, 2009

correspondência: conjunto de cartas que recebemos/escrevemos.

passado: que passou ou decorreu; seco; trespassado; o pretérito.

segunda-feira, novembro 23, 2009

correspondência fora da validade

correio já não se usa para ser útil.

feliz constatação agora que quero escrever para acertar as contas com o que ainda resta de peso em mim, tenho que escrever para o passado, dizer o que penso de tudo que passei para os fantasmas, esclarecer, refazer um caminho que não sei enfrentar como homem. cheio de buracos, vaidades, pequenos lapsos que criei até aqui para disfarçar o que outros chamariam de erro, ponto fraco, lugar onde não tenho coragem de tocar. meu espelho sem reflexo. onde posso ser claro para muitos, mas obscuro para mim, falando de uma coisa que sequer me diz respeito, não depende da minha opinião ou vontade, fui covarde e nunca mais voltei a ela.

não voltei onde não sou medo, infantilidade ou circunstância.

onde não sou nada. nem um nada.

agora que sei que é impossível, posso tentar escrever uma carta, falando, falando, falando, só isso já deve adiantar, mesmo não sendo importante ou necessário, eu quero tentar pra ver se alguma coisa sai, ou serve, ou acontece, ou muda em mim.

só em mim, veja bem.

uma carta pra ninguém, pro passado, minha para alguém que não precisa ler. não é carta por contato, para interação, comunicação qualquer. carta por utilidade subjetiva de estilo, não necessariamente prática, pelo puro prazer da experiência com a verdade sensível, com a beleza de um sonho, de uma possibilidade que passou bem longe das minhas posses, das minhas virtudes, da minha vida, foi o canto da sereia óbvio.

não aconteceu.

quando vira carta, não foi nada.

sábado, novembro 21, 2009

do mesmo lado agora outro

aqui já é verão. como costuma ser.

ainda amo, sinto, vejo, como, durmo e deixo o vento ir.

a tempestade sempre passa. alguma hora acaba passando.

já foi. deixando o tamanho do ponto final.

e um dia perdido que parece lindo lá fora.

segunda-feira, novembro 16, 2009

atualizando

melhorando o humor, a saúde, o sono, voltando a escrever, a sonhar com uma organização definitiva para a minha própria falta de atenção, tratamento breve de vida, pensando, querendo, desejando uma casa nova, um ano novo mais colorido, desatolado de compromissos, com mais dinheiro, trabalhos, praia, sol e água gelada no mar. sem passagem violenta, colheita natural de frutos.

quando a minha vida começa a me encontrar, eu sou mais.

quarta-feira, novembro 11, 2009

terça-feira, novembro 03, 2009

verso-pessoa-verso

acho que por ter uma relação estranha com a poesia, não imaginava a admiração que tenho hoje por alguns poetas nacionais, caras que resolveram ser essa coisa quase que impossível, maldita de tão estuprada que foi a poesia por quem gosta de poesia, eles são poetas em um país burro e cego para a arte, onde o público desse tipo de literatura não passa de meia dúzia, a qual não me incluo, ou um aglomerado triste de secundaristas e velhos médicos de cidade do interior.

aqui não se lê nem prosa, imagina poesia, e eu não me coloco como diferente nesse quadro, quase não leio e se hoje tenho contato mais próximo com alguns desses poetas, é direto com a obra, a vida, a revolução que cada um representa para a nossa estética. leminski e torquato neto são figuras pop que o brasil não descobriu ainda, pelo menos não como merecem, porque nossa arte com eles é melhor, realiza um projeto de liberdade que é nosso por natureza, de vontade e realização. ser poeta no brasil é ser genial ou idiota. os gênios são poucos, talvez não passem de dez felizes exemplos da revolução pessoal da vontade.

dizendo assim parece pouco.