quinta-feira, dezembro 21, 2006

Hotel fechado até 4 de janeiro

Manoel tirou férias até dia 4 de Janeiro de 2007. Se você sentir saudade, ou não tiver mais nada de interessante pra fazer nas festas de final de ano, leia os arquivos do blog. Muita coisa rolou nessa vida em 2006. Beijos, um feliz 2007 pra todo mundo e fiquem com as palavras do sábio mestre Lou:

"Sometimes i feel so happy, sometimes i feel so sad. Sometimes i feel so happy, but mostly you just make me mad. Baby, you just make me mad." - Lou Reed.

2002

Paula

Paula não quer
que eu saia tarde
e não diga onde vou

Paula não quer
que eu durma
sempre às 5:00

Paula quer quer eu tome
café da manhã com ela
antes dela ir trabalhar

Antes de sair
Ela me dá um beijo doce
Paula tem beijos
e abraços tão sinceros
Ela não quer mais
que eu componha
canções tão tristes
Paula quer uma canção
que fale de carinho

e conte uma história com final feliz
com final feliz...

Paula me aquece
quando a noite está
tão fria

Paula pintou
de azul pastel
a cor do meu dia-a-dia

Paula dormindo aqui
mudou meu mundo.

(* Canção de 2002, encontrada por aqui esses dias. Música incidental "Quando o carnaval chegar" - Chico Buarque.)

Para ouvir: http://rapidshare.com/files/8458196/Paula.mp3.html

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Apetite de coisas

"A noção de escassez se materializa, se aguça e se reaprende cotidianamente, assim como, já agora, a certeza de que cada dia é dia de uma nova escassez."

(Milton Santos, Jornal do Brasil, 06.04.1997).

terça-feira, dezembro 19, 2006

Ela olha e sempre é a primeira vez

Isso sempre acontece. Você com esses olhos gigantes mudando tudo o que pode ser sólido em mim. Seja com álcool, sem álcool, na noite, rápido, lento, certo, errado. Algo aqui dentro de mim se transforma (ou transtorna), eu tenho certeza. Quer que eu explique? Quer que seja coerente a explicação? Quer entender se faz sentido? Quer que soe bonito? Apaixonado? O que você quer que eu diga?

Acho até que sei dizer, mas tenho é medo. Desaprendi a abrir o coração pra você, ou nunca consegui, pra te dizer a verdade. Torço para que realmente aconteça o que eu te digo sempre: Uma hora a gente senta e conversa de verdade sobre essa loucura. Talvez eu realmente seja louco, ou talvez também você ainda resolva tentar se perder um pouco no que parece não fazer sentido hoje.

Sabe o que eu gosto de te ouvir dizer? "Não pede em casamento, me convida pra um chope." Mesmo que dentro disso não more alguma transformação, é lindo o seu jeito de dizer. Pensando bem, quase tudo que você diz é lindo. Você que não sabe. Posso perder horas falando bem de você para todas as pessoas de um lugar, e continuar sonhando em te levar pela mão dizendo alto que essa sim, essa é a mulher com quem eu divido o pão. Todos os dias, em todas as horas.

Acho que só tenho vontade de dividir com você, acredita?!

Pois é... vai entender...

http://chelseanights.blogspot.com/2006/10/sobre-mulheres-da-minha-vida-e-lapa.html

domingo, dezembro 17, 2006

Translação

O escuro de quem se perdeu

- Ninguém?!

- Ninguém.

- Comigo vai... fica... vai...

- Não sei... ai.. não sei...

Tudo é tão névoa e ninguém entende ou pergunta se realmente deveria fazer sentido.


Ele continua a caminhar com os olhos vendados

Ela sorri e dá a mão enquanto continua a caminhar pelas ruas estranhas da cidade que não a abrigou com paixão proporcional. Ele já não sabe o que faz, não sabe o que diz, não sabe nem quem é nessa circunstância. Os dois cruzam olhares e usam os dentes já diluídos em álcool para sorrir no ritmo atrelado a loucura da canção. Todos os outros amigos conversam alto, barulho é tudo que eles entendem no escuro da noite.


Como perder-se literalmente...

- Tá indo pra Zona Sul! Ai.. ai... não.. não.. Tá indo pra Zona Sul!

- Será?! Puta que pariu.

- Tá sim... que droga...

- Tudo bem, a gente vai até Cardeal Arco Verde e volta.

- Tá bom. Engraçado é que comecei essa noite bebendo em Copacabana.

- É o eterno retorno, baby.


Encontramos o sol cruzando a Pinheiro Machado

Ele ainda não entende o que prendia tanto a atenção dela nos seus olhos. Enquanto dizia histórias que hoje já cheiram a um passado distante, ela observava atenta. Ele queria mesmo era parar de dizer essas bobagens e leva-la até qualquer lugar onde o sol pudesse ser a única forma real de calor. Tomariam um café quente e tudo pareceria perfeito para aquela noite. A revolução geralmente vem de motivos banais, talvez os mais banais.

sábado, dezembro 16, 2006

Presta atenção ManoelMagalhães: O peixe morre é pela boca!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Chamei você em um telefone mudo

2006 vai se despedindo com a chuva rala e o escuro da noite de sexta-feira. Cachaça, Soda Limonada & Cigarros. As janelas dos outros apartamentos iluminadas esperando o que a noite ainda tem a oferecer, o que o ano ainda tem a oferecer. Gays, velhas & todos os outros tipos de pessoa.

Agora dá licença que eu vou ouvir o Cadão cantar e me perder pela primeira noite que encerra o meu ano. Amo a vida, amo a beleza da vida ou não, e fundamentalmente, amo as mulheres. Todas elas.

"Eu tomei um LSD
Numa segunda-feira faz 2 anos
Eu me lembro, estava sem você
Os jasmins brilhavam como círios

Desenhei o cosmo à minha imagem
Santo e barulhento como um sino
Tatalante e leve uma bandeira
Dentro de um relógio suiço."

Madrugada no Rio de Dezembro

Carros e luzes (quase) sempre coloridas. Botafogo praia Shopping iluminado por cores diabólicas de natal. Sentido das pistas, pedestres perdidos, sacolas e mais sacolas de compras. A madrugada nasce da preguiça na conversa longa e distribuída pelas cadeiras duras da lanchonete do nono andar. Lugar onde se fala sobre qualquer coisa. Sobre tudo ou qualquer coisa, melhor dizendo (ou se é que você me entende).

Amanhã é só amanhã no Rio de Janeiro.

A madrugada então, melhor não entender.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Sobre a boca e a cor da boca.

Olha, eu tento encontrar onde a sua cidade fica no mapa, entender o que você diz entre as variações suaves da sua dicção, mas o que me apaixona mesmo é a cor da sua boca.

Qualquer beijo faz sentido nessa cor, até as palavras parecem beijar com cuidado a carne dos teus lábios enquanto se perdem com o ar que sai de dentro de você. Não tenho olhos mais para os seus olhos, o foco único do meu olhar-fotograma sempre encontra o mesmo pequeno espaço entre teus dentes e acaba por desaguar em um ritual de plano sequência, tentando loucamente colorir minha retina com a mesma cor da tua boca, mas se perde triste ao perceber que por enquanto só a minha própria boca sabe qual é o nome, a cor e o gosto da tua carne.

Qualquer hora, me beija na rua das Laranjeiras.

terça-feira, dezembro 12, 2006

O amarelo ouro da menina que trabalha 24 horas com bebidas doces

Ela passa e olha, e atende a todos, e sorri com os olhos nos meus olhos. Acredita? Ela tem algumas coisas lindas, até o que não é lindo... eu acho que é bonitinho, entende? Bonitinho e da cor da blusa que ela usa pra trabalhar. Será que ela dorme o dia todo? Será que ela entende o que eu penso enquanto descansa calada na cadeira do bar de bebidas multi-coloridas?!

sábado, dezembro 09, 2006

Diálogos da caverna #2

- Te digo mais: mulher gosta é de um agrado, de escutá uns negócio bonito, de carinho e de ouví umas palavra de amor; entende?

- Depois é só dar umas porrada também... que elas fica doidinha na cama.

Diálogos da caverna #1

(Fila de frios - Supermercado)

- Você sabe... mulher não sabe fazer esse tipo de coisa. Desculpa falar isso na presença da sua esposa, mas mulher é bicho lerdo...

- Claro... com certeza... você tá certo.

- Rapaz, eu acho que te conheço. Você não fazia Tae-kwon-do na academia do Sapão?!

- Fazia sim! Que época maravilhosa!

terça-feira, dezembro 05, 2006

Vergonha de comprar

Assistindo agora uma entrevista do Caetano no canal Futura para a filha do Rubem Fonseca, fiquei totalmente identificado com uma coisa que ele disse. Falava de como sempre teve vergonha de comprar, da relação direta mesmo com a loja, com o lojista. Pegar, olhar, avaliar, pagar pelo produto.

Isso inevitavelmente acontece comigo também.

Nenhuma namorada que tive conseguiu entender minha aversão por loja e shopping center. A relação de ficar minutos ou até horas conversando e explicando exatamente para o atendente o que você quer comprar, pode ser a coisa mais constrangedora do mundo. Na maioria dos casos, prefiro que minha mãe compre as minhas roupas. Caetano disse exatamente a mesma coisa. Acho que até o fim da minha vida vou precisar de uma mulher que me salve desse beco sem saída.

Odeio comprar, viro bicho-do-mato na hora.

Parêntese

Queridinha, delícia é colocar nas tuas coxas.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Temporada do caminhão de lixo

Ele acordou e tudo pelo apartamento estava sujo. O chão, a carne, os copos. Ele quis varrer, juntar todas as embalagens, papéis com telefones, cartas, compras, até o gosto de álcool que devora os lábios. Abriu as cortinas e a dor de cabeça ainda era forte, mas mesmo assim ele suportou. Foi guardando as roupas amarrotadas no armário, colocando o lixo em sacolas de supermercado, jogando a pilha de jornais na escada do prédio. Não tentou ouvir música ou imaginar os seios da mulher que ama.

Ele quis lavar o rosto, fazer a barba, escrever qualquer coisa que fizesse sentido pra outra pessoa em pânico. Quis ter cinco anos a menos, morar em outro bairro com outra vista, ter outros vizinhos em uma cidade melhor. Quis namorar uma médica, ou aquela dentista, você sabe qual é. Ele quis muito, outra vez. Ainda quis desenhar um coração na carne, cantar uma música que mudasse o tempo lá fora, quis usar uma droga pra dor, um remédio que fizesse efeito naquela hora.

Fumou uma carteira inteira de cigarros sem parar e tomou todo o café que conseguiu. Pensou em todas as pessoas que já passaram por sua vida, telefonou, mas não quis conversar com nenhuma delas. Será que alguém entenderia? Não quis se importar com isso também. Ligou o rádio e só conseguiu pensar, que da próxima vez vai dizer a Paula que a ama. Mesmo com todo esse ruído, ele ama.