quinta-feira, agosto 31, 2006

Mena Barreto

Acabei de passar pela Mena Barreto e ver dois corpos no chão. Os carros parados, as pessoas sem saber o que fazer. Só percebi quando já estava longe. Passei bem perto e não tinha prestado atenção. Foi muio estranho ver aqueles corpos lá.

Acho que foi um acidente... mas não tenho certeza. Só consegui continuar caminhando, o coração apertou e agradeci a Deus por minha família não morar nessa cidade.

O Rio é lindo. Mas também é uma selva que não desejo pra muita gente.

terça-feira, agosto 29, 2006

Marcos ou Waterloo?

O sol queimava como nunca naquela tarde de sexta. Eu lá parado no Centro olhando a cara daquele crioulo cantando, uma coisa assim... inexplicável. As veias dilatando no rosto dele e os olhos pareciam saltar a cada nota. Nem os que passavam absortos deixavam de notar o que acontecia.

Alguns, depois outros, outros e mais outros: uma multidão. As frases da canção em inglês, ali pareciam sânscrito ou qualquer idioma inventado. Mas ele era foda! Cantava alto acompanhando-se em um violão velho de dar pena. Surrava as cordas e não tinha vergonha, medida, respeito. Nada.

Quando a música acabou todos correram pra deixar moedas e notas no chapéu jogado no chão. Ele sorriu com dentes perfeitos e aos poucos o aglomerado foi se dissipando. Eu tinha que falar alguma coisa. Passava por ali tão sem sentido, sem absolutamente nada pra pensar, que realmente tinha a obrigação de dizer alguma coisa.

- Qual o seu nome?

- Marcos.

- Olha Marcos, muito bom! Pode acreditar... muito bom mesmo!

segunda-feira, agosto 28, 2006

O assunto da vez.

Vou começar a escrever de vez em quando aqui sobre coisas que ando prestando atenção na MTV Brasil. A história e evolução do canal vem me interessando muito e acho que vai ser tema central de minha vidinha acadêmica. Mas o que eu quero destacar aqui é o lado que talvez só interesse a mim no canal.

Alguém aí já reparou na baixista do Jay Vaquer?

Tá bom, acho que todos que sabem quem é esse tal de Jay Vaquer compartilham a opinião de que ele é aquele carinha mala, que sabe lá Deus porque, sempre aparece na MTV.

Isso realmente ninguém entende. As músicas são ruins, as letras toscas e clichês, tudo isso, as poucas pessoas que prestaram atenção no cara sabem.

Mas novamente eu pergunto: Alguém já reparou na baixista do Jay Vaquer?

Não? Então olha se a menina não merece a nossa atenção:



Pela pesquisa rápida que fiz aqui, o nome é Fernanda Iglesias. Mora em São Paulo e faz faculdade de música. Não é uma graça?



Então amigo Jay Vaquer, se estiver precisando de um guitarrista, pode ficar a vontade pra me ligar, ok?

Ahhhh, e manda um beijão pra Fernanda!

domingo, agosto 27, 2006

Votos de silêncio, vícios de linguagem: nada traduz.

Minha vida atualmente é uma boa aventura. Se me perguntassem cinco anos atrás se era essa vida que eu queria ter em 2006, acho que aceitaria a possibilidade. Aos poucos consigo fazer as coisas que quero. Um pequeno passo de cada vez, mas sinto que é só nessa velocidade que as coisas vão acontecer. Agradeço.

Acho que esse momento agora é importante. Perto do aniversário, perto da metade dessa minha década. Talvez bastante coisa seja definida agora. Mais do que nunca estou precisando e desenvolvendo a disciplina.

Não quero no futuro olhar pra trás e ver que só fiquei apagando incêndios que eu mesmo criei. A vida até aqui me ensinou isso: criar incêndios por impulsos é relativamente bem simples.

Quando as coisas estão ficando fáceis, organizadas, é muito simples perder o foco. Por vício, prazer, tédio e outros milhares de motivos banais ou não. Difícil é respirar, pensar um pouco antes de qualquer decisão.

A vida atualmente me surpreendeu com isso. Quando fui seguir alguns destes caminhos errados, ela me deu uns toques impressionantes. Vai ver é experiência. Ou será sorte? O importante é que o caminho está se abrindo, devagar, bonito e principalmente: bem claro. Acho que agora é só saber caminhar.

Com amor, com calma, com disciplina.

Enfim, só dando um tempo e pensando alto...

quinta-feira, agosto 24, 2006

Um vento bom

Alguma coisa me diz que a hora está chegando. Hoje conversamos novamente e as coisas vão ficando mais próximas. Ela sorri tão bonito, você tem que ver. Uma cor diferente nos olhos, entende? Ficou de pé alguns minutos, depois tirou o casaco e jogou a mochila pra sentar do meu lado. Ombros tão bonitos, você tem que ver. Aposto que quase ninguém vê beleza nos ombros, ela facilita isso, pode acreditar.

Depois de falar de todas as coisas que faz e do tempo que não tem, fez cara de triste. Eu pergunto: Não se sente perdida ou sem tempo pra dedicar a você? Ela responde que muito. Conta dos sábados que só chega em casa às 21:00. Que a vida é praticamente domingo. Mas domingo é dia de leitura. Se sai na sexta fica acabada. Todos os dias enquanto acorda, ela pensa em ficar em casa dormindo mas continua o ciclo, tem que continuar.

E eu lá olhando. Só querendo abraçar forte e dizer que entendo. Querendo muito fitar os olhos dela e falar baixinho que ajudo, que abraço, que dou força, que trago um doce ou a felicidade nos momentos que ela precisa.

Ficamos ali sentados bastante tempo. Talvez só pra sentir qualquer calor humano nessa manhã fria de quinta-feira. Uma pequena ilha de olhares e confissões cotidianas.

Ela definitivamente precisa de alguém como eu na vida dela. Pra um beijo, um abraço, um sorriso, um papo ou um chá.

No domingo eu quero acordar cedo e pegar o ônibus para o Jardim Botânico. Só pra te abraçar.

Por horas e horas e horas... e horas e horas.... e horas.

segunda-feira, agosto 21, 2006

The Radio Dept.

Um abraço para o myspace.com

e outro grande abraço para o rock sueco:



www.myspace.com/theradiodept

domingo, agosto 20, 2006

Sessão da meia-noite.

Quanto tempo tem o filme? 165 minutos. Quanto dá isso mesmo? Duas horas e quarenta e cinco. Não acaba muito tarde então? Acaba sim. Mas vamos não é? Qual o problema? Acho que eu vou dormir. Você não deixa? Me acorda? Claro, eu faço o que você quiser. Eu preciso mesmo ir ao cinema. Muito trabalho? Demais, trabalho demais.

Por que será que eu acho os travestis engraçados? Tem coisa mais triste que um travesti? Triste? Engraçado? Esse do filme é engraçado. Apesar de tudo ele é feliz. Feliz? Acho que eu só tenho que viver assim. Sem absorver muito as coisas ruins. Ele faz isso. Feliz? Triste? Engraçado. Olha, barriga do roteiro. Acorda amor, dá a mão aqui.

O início é bom, o ritmo. Mas depois nem tanto. Eu quero um doce. Doce? Essa hora? Onde? Ali na praia. Essa hora? É sim, 24 horas. Ah, mas não tem cigarro. No posto tem. No posto tem chocolate também né? Vamos no posto. Tem cigarro e chocolate. Hummm, será que o Bob's tá aberto? Não, já é bem tarde baby. E além disso, o Bob's não tem cigarro. É verdade. Vamos passeando então que eu quero te mostrar uma música.

Vou de táxi ou de ônibus? Vai de ônibus. Essa hora? Mais barato. Perigoso. Que chocolate a gente come? Muito bom né? Escuta isso aqui, muito engraçado! Que isso?!?! O que te lembra? Nossa, que ano? Dez anos atrás? Doze anos? Muito engraçado! Acho que era 1997. A menina do jornal que gravou pra mim. Mas agora sério, era isso aqui que eu queria te mostrar.

Tudo tão madrugada. Tudo pra sempre ou só até agora.

Até onde? Até agora.

Distorções de Mp3 player.

Horário livre na manhã útil. Depois de pensar em muitas coisas sem dizer nada, fomos para o nono andar.

- Baby, escuta essa música aqui. É demais! Disse ela com aquela felicidade toda no rosto.

- Nossa, quanto tempo não escuto isso... deu saudade.

Dançamos como sempre. As pessoas olhando aquilo e achando a coisa mais estranha do mundo. Engraçado olhar a reação dos outros nos observando assustados e ter a certeza nos olhos dela, de que isso é o que menos importa. Agora.

Com todas as dificuldades, acho que vivemos em grande estilo justamente por isso.

É ou não é, baby?

sexta-feira, agosto 18, 2006

Caixa de bombom.

Um caminho novo. Alguns passos tentando reconhecer algo de familiar no chão. Coisas tão novas mostrando que talvez o mundo tenha realmente mudado em três meses. O violão mais uma vez sem a corda mi menor.

Parece familiar? Pessoas diferentes e a sensação de que sou mais forte assim. O cheiro da tarde ou da terra também mudou? Talvez sim. Um silêncio que parece respiração. As canções começam a tocar aos poucos. Tudo muito como tinha fresca.

O que esperar daqui pra frente? Parece bonito o horizonte. Vejo lençóis coloridos, camisa de cor única e cartazes nas paredes. São muitos. Um violão. Pessoas cantando baixinho. Óculos. Um gole de qualquer bebida, um trago de qualquer cigarro. Uma liberdade que parece o mar.

No Rio de Janeiro o mar e o sol aos sábados parecem namorar. Uma coisa definitivamente muito forte. Acho que o novo parece com isso. Pelos menos na cor. Você entende?

Sentado calmo em qualquer banco é fácil escutar os ruídos do fim da tarde. 17:57. Alguém já reparou o movimento das pessoas na Marquês de Abrantes a essa hora? Sempre me emociono com isso. Não sei a razão.

Um teatro, o cinema na última sessão. Sabe aquela do Estação às vinte e uma horas e alguma coisa? Ou talvez vinte e duas horas e alguma coisa? Algo que eu sinto do mesmo jeito. A Voluntários da Pátria talvez tenha poesia nos cinemas. Ou será naquele café ao lado do Espaço Unibanco? Engraçado o sentido disso tudo, não é mesmo?

Talvez todo mundo sinta... ou ninguém.

As revoluções.

"Uma ponta de luz, uma gota no sal, qualquer coisa que te faça um bem ou te lembre de mim no mal de alguém."

quarta-feira, agosto 16, 2006

1983

Lou Reed cruza a esquina do palácio do Catete em direção a praia do Flamengo. Final de sábado quente no horizonte cinza.

Uma garota estranha, sandálias e saia longa, pedindo um cigarro. Tem um tom melancólico nos olhos castanhos e cabelos ondulados parecendo não ter fim. Ele tira do bolso o maço.

Heeee-iiiiisssss- yyyyooouuuu??? - Soletra a menina comunista.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Teatro de sombras

- Nossa, essa música é linda. Enquanto você tocava, minha vida toda passou na cabeça. Cada detalhe, cada frase.

- Agora não sei o que dizer.

- A vontade que dá é de ficar assim pra sempre né?

- Muito. Acho que é pra sentir.

- Engraçado isso... eu até quero falar várias coisas mesmo... mas não sei nem por onde começar.

- Então diz qualquer coisa.

- Eu imaginava que esse dia chegaria, sabe?

- Sério? Eu até sonhei muito com isso... mas sempre foi só sonho. Não parecia muito viável.

- É? As pessoas imaginam esse distância? Acho que um dia eu já imaginei isso também. A impossibilidade.

- Olhando só esse momento, perece tão fácil né?

- Nossa, muito fácil.

- Só acho que era muito pouco provável.

- Sei lá, não tem como saber.

- Difícil verbalizar isso.

- Eu não tinha orgulho de ninguém, sabe? É triste pensar no meu pai, pensar nos caras que passaram na minha vida.

- Você sempre me pareceu tão confiante, tão segura.

- Acho que é defesa natural mesmo. Geralmente pros outros fica a impressão de que é fácil.

- Não chora vai... vem cá e me abraça pra sempre.

domingo, agosto 13, 2006

Febre

Isso foi fazendo sentido aos poucos. Primeiro um pedaço, depois o outro. Uma construção. Com algumas pessoas eu tento dar o melhor de mim. Não adianta.
O melhor você só pode dar quando recebe o melhor do outro lado.

Eu sei que o amor ao outro é uma base clara do Cristianismo, pra mim até faz bastante sentido. Mas e o amor íntimo? O amor próximo (não ao próximo)?
O amor individual quem inventou? A ignorância não me permite ainda chegar a alguma grande conclusão.

O fato é que esse final de semana fiquei doente. Uma dor de garganta, uma gripe, febre. Apesar de ter passado por isso várias vezes sozinho, só agora prestei atenção no processo todo. Não existe coisa mais individual que uma doença. Só que foi também inevitável pensar que quem te ama pode sofrer mais que você com ela.

Talvez seja febre e eu não consiga dizer tudo o que eu quero. Acho que é mais ou menos assim:

Minha tia acabou de me ligar. Dizendo que amanhã de manhã meu primo vai deixar aqui um mar de remédios e uns biscoitos. "Uns biscoitinhos pra você."

Aí é que eu volto a entender a palavra AMOR que essa senhora me ensinou.

Não é paliativo... é um doce.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Rioshow

Essa vida é bem engraçada:

quinta-feira, agosto 10, 2006

Qualidade

A vida anda estranha. Acorda cedo, dorme cedo. Isso é estranho? Pessoas diferentes, horários diferentes. Outros canais, leituras, conversas. Um sorriso largo e doce que é a coisa mais bonita do mundo. Difícil ter objetivos tão profundos. Tudo é muito assim: a longo prazo.

O início de alguns contos, o trabalho de algumas músicas. Um projeto de vida arriscado. Todas as luzes do apartamento às 01:43 da madrugada, um prazer quase sexual. Você me entende? Ela usa um vestido verde-escuro que corta a pele branca. Observo os detalhes pintados no corpo. Procuro qualquer palavra que faça o sentido completo desses detalhes. Não encontro. Estranho é calar quando se quer dizer tanto. Uma angústia que é totalmente inteligível.

Inferno astral? Filosofia? Estudos de mídia?

O trabalho é silêncio, calma, dedicação. Você me olhando rápido. Uma, duas, três vezes. O telefone toca as vezes. Os pensamentos são tristes a tarde. Tudo correndo tanto. O ônibus em alta velocidade. Calos e veias saltando nas mãos.

Lembro da antiga namorada. O menino que tinha força e não sabia de nada sou eu na fotografia. Vida com escalas, fé em qualquer coisa ou fé em nada. Niilismo de raiz. Raiz de arcada dentária. Os prisioneiros nos assentos do transporte público. Todos os loucos da cidade.

Jornais espalhados pela casa, falta papel higiênico na sua vida? Talvez falte um grande ponto final. Ou de interrogação? Vestidos de noiva. Quartos de cordas não são quartetos.

Lojas de café. Guaraná suave. Pães e recheios de pão. Vestidos longos. Sandálias traçadas na vida de social-democracia. Estamos os dois no hall dos elevadores. Em silêncio. O que eu digo? O que você diz? Porra... o que a gente faz agora? Qual o seu sobrenome mesmo? Ninguém nunca diz. Sentado lendo o jornal vejo passar um sorriso de notas de trompete-veraneio. A absoluta falta de razão dedica esse texto.

Agora falo dormindo que o peso desse mundo é grande.

domingo, agosto 06, 2006

Boa noite Cinderela.

Acordo beijando os seios dela ainda dormindo. Olho a respiração evoluir em sentidos calmos. Que horas são? Procuro as calças no canto da cama e escorrego o cobertor grosso sem fazer muito barulho. Onde eu joguei a merda do cigarro?

Na parede branco-light um cartaz do Encouraçado Potemkin. As cortinas estão cerradas e a luz que penetra calma parece fotometrada.

Caminho descalço pelo piso frio até a cozinha. Na mesinha um café de ontem a noite e o Carlton que ela fuma. Vou enchendo um copo frio mesmo e procuro na sala algum disco com a cor dessa manhã. Ela tem o Revolver e nada poderia ser mais adequado. A vitrola é pequena e colorida. Fácil de usar.

Na janela que a essa hora parece gigante acendo um cigarro dela e deixo a música me sentir. O prazer geralmente vem assim, enquanto não penso em nada.

Ela aparece na porta da sala coçando os cabelos lindos encaracolados. Você acordou agora? Não toma esse café aí não, deve estar uma merda. Vou tomar um banho e já faço um quentinho pra gente.

Vem cá e me beija. Tudo tão doce.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Ela e os novos Beatles.

Pois é. Mudança absoluta de atitude. Cheguei depois de um Lucky Strike e de um Lou Reed de manhã e mandei o tal do "oi" logo na lata.

- Lembra de mim, ano passado...?!

- Lembro. Claro.

E por aí foi. Do jeito estranho que essas coisas sempre acontecem. O coração provou que sabe quando as pessoas são especiais. Olha: essa é pra caralho. Tipo "novos beatles" saca?

"No tempo livre eu leio. No ônibus, na horinha de bobeira no trabalho, na praia, na tarde de sábado... eu leio."

Não é papo de pseudo-intelectual não. Way of life meu caro. Agora claro que as variáveis são mil. Pode ter namorado, ser lésbica ou qualquer outra coisa. Não sei quase nada além do primeiro nome e de uma faculdade de Ciências Sociais nas costas. Acho que eu nem deveria socar isso aqui pra quem quiser ler, só que ela nem é o ponto principal. Pode vir a ser, se você me entende.

O importante é a mudança que vem junto com esse pequeno processo.

Agora dá licença que eu vou lá viver e cantar pela rua:
"Hey baby... take a walk on the wild side..."

quarta-feira, agosto 02, 2006

De Manoel para Manoel sobre Rita e as revoluções interpessoais.

"May I inquire discreetly, when you are free, to take some tea with me."

Durante todos os passos, todos os olhares e todos os encontros, não tive coragem de dizer um mísero "oi" hoje. Dá pra acreditar? Nem eu acredito, meu amigo.

Saindo do elevador com o coração batendo acelerado enquanto assistia Rita desaparecer lentamente, só consegui perguntar a razão de tanta falta de atitude.

Nos passos seguintes acho que encontrei. Chegando no ponto de ônibus vejo o anjo da guarda de sempre:

- Baby, olha que coisa louca, tava pensando agora que passei muito tempo querendo sexo, prazer e amor fácil. Com isso meio que acabei criando uma persona que é completamente desenvolta quando está nesse tipo de situação. Mas o foda é que ultimamente comecei a pensar em parar com isso e tentar resolver esse lance de gostar de alguém de verdade, amar mesmo. Mas já reparou como o universo disso é fechado? São várias e várias pessoas que eu posso beijar, ficar, transar, namorar mais ou menos... mas agora; gostar mesmo... completamente... quase ninguém.

- Mas baby... Isso não é uma coisa de idade não? Quando a gente tinha... sei lá... 15 anos... era mais fácil namorar qualquer pessoa, o universo de possibilidades era bem maior. Acho que quanto mais velho, mais seletivo.

- Será? Acho que eu particularmente sempre fui assim. Muito tolerante quando o assunto é prazer, mas já amar... porra... amar sempre foi sério. Complica de verdade quando eu tenho que conversar com quem realmente me interessa, não consigo usar essa desenvoltura que criei, fico meio bobão sabe? Nunca sei exatamente o que dizer. Quando não é sério a responsabilidade é bem menor.

- Parece que é você mesmo que está ali né? Completamente exposto. Eu te entendo.

- É. Exatamente. Dificil verbalizar essas grandes questões né?

- Pra caralho baby, pra caralho. Mas dá próxima vez... diz um "oi"... se ela não gostar do seu "oi"... não vai gostar de mais nada no mundo! Pode acreditar baby: o seu "oi" é tão bonito...

- Chamo pra tomar um chá?

- Huuuummm. chá! Aí ela casa baby.